terça-feira, 16 de agosto de 2011

Perdida no teu aroma...


 Moldo-te… desenho-te!
Deixo-me cair no abismo de mim…
Entre as paredes da minha oblacção
Entre os espaços esguios das minhas mãos errantes,
Que bailam ao sabor dos teus beijos… mortais,
Indeléveis, fatais, em tons de carmim
Que caiem como fragmentos suspensos do passado
Rodeias-me de palavras inocentes, num círculo vicioso, atónito
De conjugações profanas, num tormento sem (ar)rasto
Presa entre as correntes dos devaneios infligidos pela ternura
Dos sacrilégios invulgares provocados no sagrado altar
Do teu corpo, onde os meus dedos cometem pecados
Como fantasmas ancorando num porto sem destino,
De um qualquer universo perdido no ar que respiro (s)em ti!
Transfiguro a matéria viva do meu ser
Esse vulto (im)perfeito, incrustado no meu pensamento
Na luz dos teus olhos, brilhantes, iluminados
Desvirtuando a realidade perfeita onde te vestes de mim
O sangue fervilha-me na carne quente, sedenta, lasciva
Dessa maldição enviada pelos Titãs do Olimpo
Tornas-te na bebida mais doce, o mel onde me besunto
Doce tentação, louvor da minha alma
(im)pura, que se (re)veste de segredos e fantasias
Adocicadas pela impiedosa inocência
Desta queda (in)certa dos prazeres oferecidos
Adormeço em ti!


jm-justme.blogspot.com

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