terça-feira, 27 de setembro de 2011

Na lagoa dos teus olhos...

Na lagoa dos teus olhos...

perguntas-me: "como serão os poentes na lagoa dos teus olhos?"
e
eu
respondo-te:
são olhos repletos de esperança num futuro que nunca viveremos.


A.Braga.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

 

Procuro-me, nesta ausência de mim,
distante do olhar da palavra,
na inutilidade das horas
que teimam em passar devagar,
silenciosas,
talvez já mortas
(como eu…).

Reconheço a alma escondida
atrás do véu da loucura
e, sem vislumbrar teu rosto,
reconheço os traços
e o toque dos teus lábios.

Procuro-me em ti
E escolho morrer nesse beijo
(que quero, desejo).

Busco as palavras certas
Que s’ocultam e estendem
entre vogais sem nexo,
e espero que me encontres aqui...
Onde já me perdi!

sábado, 3 de setembro de 2011

Teu nome grafado á Henna!


 Em certas partes da pele
Maquio-me de negrume nanquim
da ponta da pena respinga o breu
pigmenta-se a noite em mim

Á negra henna rimel me rendo
Renda bordada em pelo cetim
E quando auroreia a alva epiderme
Sou alvo da flecha em fogo, estopim

Sol só acende quando a seta me prenda
Acena certeira, peito aflora em carmim
vin(doura) d'um arco de aequeiro Arcanjo
Que me cora, colore, e me crava em marfim

Afina-me, rima-me, ronda-me, renda-me
Linhas desenhos desalinhos enfim
Em seu peito, meu rubro alinhado é que sente

O quanto nasci a ser sua assim.